A Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, sobe e desce de acordo com a inflação, impactando em todas as taxas do mercado, inclusive com a taxa de juros do financiamento imobiliário. Para quem almeja a aquisição da casa própria, a variação da Selic pode ser um fator bastante decisivo na escolha do melhor momento para a realização desse sonho.
E esse sonho é compartilhado por muitos brasileiros.
Independente da razão, seja para uso próprio, para alugar ou para expandir o patrimônio, 87% dos brasileiros têm a aquisição da casa própria como objetivo principal, segundo pesquisa do QuintoAndar com o Datafolha. Porém uma grande parcela, na urgência de dar esse passo, não considera o cenário econômico e acaba se endividando no processo.
Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC), em fevereiro, 76,6% das famílias brasileiras estavam endividadas, o maior nível em 12 anos. E 9,1% dessas famílias têm o financiamento da casa como a principal dívida.
Se você é uma destas pessoas que nutre esse objetivo de vida, continue no post que explicaremos como as alterações na Selic podem mostrar quando é ou não é o melhor momento para dar esse passo.
Qual a relação da Selic com a taxa de juros do financiamento imobiliário?
Uma relação extremamente direta.
Como a Selic é a “taxa mãe” de todas as taxas, quando ela sobe os demais juros acompanham, e quando cai a mesma situação ocorre. O Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, organiza a cada 45 dias uma reunião para definir os rumos da Selic, que depende diretamente da inflação.
Nesse cenário, a taxa básica é uma das ferramentas do Banco Central para controlar os preços. Uma vez a inflação estando muito alta, o Copom aumenta a Selic para elevar o custo do dinheiro. E respondendo a esse aumento, os juros, como o financiamento imobiliário por exemplo, também aumentam.
Então quando a taxa básica sobe ou desce o efeito no financiamento imobiliário é imediato?
A conta não é tão simples e direta. Ao contrário do que muitos pensam, a taxa de juros do financiamento imobiliário não sobe ou cai na mesma proporção da variação da Selic. Um exemplo disto foi no início de 2021 em que a taxa estava em 2% e chegou a 10, 75% em um ano. Já os juros de crédito imobiliário subiram em torno de 2,4% no mesmo período. O mesmo ocorre quando há baixa na taxa, os juros caem mas a velocidade com a qual isto ocorre depende diretamente do mercado.
Ou seja, existe a resposta de queda e suba, mas a forma e proporção com a qual ocorrem está ligada ao contexto mercadológico.
Apenas os juros do financiamento são afetados?
Naturalmente não, o acesso ao financiamento também sofre impacto. Quando falamos que a Selic rege todos os juros, naturalmente quando há sua suba uma série de outras taxas acompanham, impactando na saúde financeira do brasileiro em diversos âmbitos. Também ocorre de as instituições alterarem as faixas de renda para contratação da linha de crédito, tornando mais criterioso o processo para que consigam evitar o risco de possíveis inadimplências.
Segundo fala de Sérgio Cano da FGV (Fundação Getúlio Vargas), “Em geral, você tem de limitar o comprometimento da renda familiar com o financiamento imobiliário em até 30%. Se a taxa de juros aumenta, isso impacta diretamente na prestação e aumenta a exigência de renda. Isso pode fazer toda a diferença entre poder comprar ou não um imóvel.”.
Mas a Selic pode trazer algum benefício?
Claro que sim!
Como pudemos perceber, mesmo que com a suba a taxa básica traga aumentos e impactos financeiros para todos os brasileiros, sua queda também representa um cenário mais fértil e facilitado, o que de acordo com nossa economista e corretora Cristiane Leitzke Buss, (CRECI 65583), “… ampliará as chances de adquirir um imóvel, aquecendo a procura.”
O importante é estar de olho nas reuniões de alinhamento da Selic, no cenário da inflação e pesquisar sobre o contexto imobiliário da sua cidade.
2022 é um bom ano para financiar um imóvel?
De acordo com o atual panorama, caso comparemos como estava em 2020 quando a Selic atingiu a sua maior baixa na história (2%), os juros não estão tão atrativos. Porém considerando o cenário político-financeiro do país a tendência é que este tipo de crédito fique ainda mais caro, fazendo com que o agora seja a melhor escolha para quem procura fazer um investimento imobiliário.
Com o isolamento causado pela pandemia e o aumento na adesão do formato de trabalho em home office se percebeu o quão importante é não apenas ter um espaço com infraestrutura, mas um imóvel que reflita suas necessidades e as de sua família.
Casa própria vai muito além de conforto, autonomia, privacidade e qualidade de vida, também é investir em um bem que valerá mais ao longo dos anos do que o dinheiro investido.
Então se adquirir um imóvel está no topo da sua lista de prioridades e sua saúde financeira lhe permite dar esse passo, o momento é este!
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